quinta-feira, 19 de abril de 2012

O Confronto Final


Ficamos de tal maneira envolvidos em determinadas situações que temos a impressão de estarmos em uma ‘sinuca’, em ‘xeque-mate’. Suscitam-se, então, em nós, os sentimentos de medo, desespero, ansiedade e desamparo.

Mesmo quando estamos atentos para não aderir às propostas de confronto, torna-se inevitável presenciar atitudes e comportamentos com indícios claros a favor do embate.

Qualquer argumentação oral em situações de semelhante armistício tenso, visando fazer valer um ponto de vista mais próximo da verdade, de nada vale para restituir o estado pacífico mais propício à revelação desta mesma verdade.

Enquanto a onipotência de uma realidade incorpórea predominante estiver fora do alcance de um dos lados envolvidos, as verbalizações – ou outras formas exteriores de manifestação – serão, simplesmente, inúteis. Pois, em meio à tormenta, ouvir o acalanto da imanente bonança é para quem tem os ouvidos fechados aos estrondos da tormenta.

Impossível convencer sobre a substancialidade do arco-íris a quem se encontra embaraçado nas teias de conceitos lancinantes, apesar do arco-íris estar visível a olho nu; contudo, intangível ao tato.

Construções verbais podem conter atributos de originalidade no arranjo erudito das palavras, porém, enquanto não estiverem recheadas de brandura amorosa, estarão desprovidas do seu potencial para serem apreendidas em seu sentido mais numinoso.

Relatos, seminários, encontros ou mesmo ‘satsangs’ podem – até – servirem ao fomento da poção tangível do arco-íris, desde que estejamos embevecidos com o espírito de servidão...

... sim, servidão...
... no sentido mais humilhante contido na palavra ‘servidão’...

Aquele sentido que dispõe de todos os nossos desejos e objetivos e metas a servir... ao serviço da amorosidade. De uma amorosidade impossível de tangenciar por meios verbais.

Quando o Verbo se faz presente, tudo o mais se ausenta.

Na presença do Verbo, a dor se cala.
Qualquer estado enfermiço se cala.
E a vontade de confronto é um estado enfermiço.
A humilhação dá lugar à humildade.

E a saudade dos amigos,
A saudade dos afetos,
Fica... fica feito o som do arco-íris...

LibaN RaaCh

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